Apresentação
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Apresentação

APRESENTAÇÃO

 

“O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil […].” (Abdias do Nascimento)

 

A mostra digital “Será que é MiMiMi?” propõe disponibilizar mais um espaço para o debate acerca de como o Racismo Estrutural impacta nas relações sociais. Agora, voltamos o nosso olhar para as redes sociais digitais. Há quem diga que elas são as Ágoras cibernéticas, um espaço na internet onde todos podem expor suas ideias, defendê-las e debatê-las democraticamente. Porém, o que ocorre é que os comportamentos humanos, suas virtudes e vícios, foram também adaptados às novas condições das arena eletrônicas de debates. Há de tudo: campanhas por causas humanitárias, organização de eventos de pequenas e grandes dimensões, reencontros, desencontros e, também, difamação, preconceito e racismo. Segundo o Portal Geledés, o racismo é o crime com maior incidência nas redes sociais. Afinal, os comportamentos, emoções e valores humanos foram para lá, também, o racismo como problema social, histórico e crime, também migrou para as redes sociais.

 

Os emojis:  👍, ❤️, 😡, 😂, 😭, 😯, ou reações de engajamento, alimentam os algoritmos. Estes são estruturas de conjuntos de cálculos, organizados em comandos de linguagem de máquina, que realizam funções. Entre elas, reconhecer o engajamento em um tema ou produto e oferecê-los novamente para angariar mais engajamento em temas e produtos. Muito mais semelhantes ao supermercado do que à Ágora, as redes sociais se tornaram a nova modalidade de fazer negócios e influenciar pessoas. Daí a necessidade de ver e ser visto nas redes sociais. Porém, as reações de engajamento que influenciam o algoritmo são carregadas de valores, sentimentos e comportamentos racistas, que têm sua origem no racismo estrutural de nossa sociedade. O fenômeno nas redes sociais e internet foi reconhecido e nomeado como “racismo algorítmico”. Há outras manifestações do “racismo algorítmico” como, por exemplo, os padrões de escolha de programadores e gestores de bancos de dados e imagens tendo como referência padrões ocidentais, brancos, cristãos e de classe média e alta. As escolhas interferem no resultado de buscas e marcações de tópicos e temas no ciberespaço, gerando exclusão e preconceito. 

 

Durante  os estudos e reflexões  realizados no âmbito da disciplina “Seminários de pesquisa em museus e Museologia 1: exposições digitais”, do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPG-PMUS/UniRio), as curadoras da exposição tomaram contato com estudos sobre o racismo algorítmico e racismo nas redes sociais, tendo como fontes as próprias redes sociais, bibliografia especializada, palestras e entrevistas. Neste universo, destacamos como referência balizadora o livro “Racismo algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais”, escrito pelo pesquisador Tarcízio Silva (2022).

 

Esta mostra é um esforço na direção de avançarmos para uma sociedade mais fraterna, justa e igualitária. Não apenas não racista mas, sobretudo, antirracista. Esperamos que após a visita, estejamos “online” para a luta, para que o racismo fique “offline”, desligado, de uma vez por todas.

 

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